Resum
Em todo o Planeta, cerca de 36,7 milhões de pessoas são portadoras do VIH/Sida, sendo que aproximadamente 17,1 milhões desconhece sê-lo (UNAIDS, 2016). Apesar
dos sucessivos sinais de progresso que almejam a meta da erradicação da epidemia, em 2030, muito resta ainda fazer, quer ao nível da eliminação do estigma e iscriminação, quer do alcance de ‘zero’ novas infeções. A utilização de preservativo em todos os relacionamentos sexuais é uma atitude preventiva fundamental, porém, ainda longe de ser generalizada. As campanhas de prevenção da infeção pelo VIH e Sida, veiculadas por diversos países e destinadas a diferentes públicos, são contributos relevantes no combate à infeção e doença. Saber analisá-las criticamente é, além de um requisito de cidadania, uma oportunidade para implementar uma efetiva educação em sexualidade. O presente artigo detém-se na análise da Campanha Institucional Suíça “Love Life”, produzida em 2014, que gerou grande controvérsia e contestação no contexto
europeu, de onde surgiu. Os resultados permitem concluir tratar-se de uma campanha “realista” (Frias, 2015) que, apesar de pretender romper com estereotipos de género e sexualidade, satirizar relações afetivas e sexuais convencionais, promover a dignidade e os direitos humanos, entre outros, ainda não é “transformadora”, uma vez que naturaliza padrões de beleza tradicionais ocidentais e não inclui todas as pessoas, nomeadamente, as portadoras de deficiência física.